sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O futebol como exemplo

Sempre existe a intenção de utilizar o esporte como exemplo para a sociedade. Desde histórias de superação, de pessoas que saíram da pobreza para brilhar no atletismo, como pessoas anônimas que deixaram o crime para se dedicar ao esporte.

Histórias de sucesso, inclusão social, vitórias e derrotas, mostrando diferentes exemplos de compaixão, vontade de vencer e de saber perder, valores muito valorizados na nossa sociedade.

Porém consultando a página esportiva na Globo.com, me deparei com a seguinte notícia: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Palmeiras/0,,MUL1377846-9872,00-DANILO+IRONIZA+PROTESTOS+O+SPORT+FOI+O+SACO+DE+PANCADAS+DO+CAMPEONATO.html

Me parece que o jogador Danilo, que se aproveitou de uma jogada ilegal para fazer o gol, pois o árbitro já tinha apitado. Não somente o fez, como também pede para que não reclamem. E não satisfeito de já ser beneficiado, gostaria mesmo que a partida fosse anulada para que tivesse chance de ganhar o jogo, estava até torcendo por isso.

Esse é o sentimento que impera no nosso futebol. Vencer a qualquer custo, não importa como e com que meios. Quando um jogador simula uma falta, quando consegue que o outro jogador seja expulso, quando reclama, quando incentiva a torcida contra o árbitro. Todas essas atitudes são bem aceitas pela população, pois o objetivo de ganhar está sendo buscado.

Aqueles propósitos nobres do esporte parecem "caretas", sem uso quando ganhar se torna a única opção. E enquanto isso na Europa há casos de jogadores que foram massacrados pela imprensa e os próprios jogadores por simulares penaltis. Quando chegaremos nesse bom senso? Infelizmente, no Brasil, o futebol está ficando apenas para os boçais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Escolha olímpica

Amanhã, dia 02 de outubro, na Suíça, ocorre o anúncio da sede das Olímpiadas de Verão de 2016.

Quatro cidades estão na disputa, Rio, Madri, Chicago e Tóquio. Detalhes do processo não preciso dizer, pois provavelmente, você já foi bombardeado com horas e horas de programações, entrevistas com personalidades, analistas, comentaristas, público entre outros dizendo as reais chences da candidatura brasileira.

Meu objetivo aqui é relembrar um ponto. O Rio de Janeiro concorreu para a Olímpiada de 2004, que foi disputada em Atenas.

Já estamos em 2009, minha pergunta: O que o Rio melhorou de 1996 para 2009? Quais os indicadores de violência diminuíram? E a pobreza? O trânsito melhorou?

E comparando o Panamericano de 2007? E o estádio que custaria 60 milhões de reais e custou 380 milhões? E o mal gasto dinheiro público? E o abafa na investigação do TCU? E a sub-utilização das instalações olímpicas? E alugar um espaço, que custou 380 milhões por 26 mil reais para um clube de futebol, que não tem obrigação nenhuma de liberar o estádio para competições de atletismo?

Pois é, tantas perguntas que faço, queria que o Carlos Arthur Nuzman respondesse ao menos uma parte.

O Rio, em 2004, tinha alguma condição de receber uma olímpiada? E em 2016 vai ter?

Juca concorda comigo: http://blogdojuca.blog.uol.com.br/index.html

Apelo dos cidadãos do Rio não vai esconder a incopetência que predomina na administração esportiva brasileira.

sábado, 15 de agosto de 2009

Arena Atletiba

Mário Celso Petraglia, em uma entrevista à revista idéias lançou no ar a proposta mais polêmica, porém não menos interessante nos últimos tempos do futebol paranaense.

A junção dos dois clubes principais do estado, dividindo o mesmo estádio.

De um lado um time, que foi pioneiro, construiu um estádio com recursos próprios, o mais moderno do Brasil, que entretanto tem dificuldades para conseguir recursos para finalizar a obra para estar habilitado para sediar a Copa de 2014.

Por outro lado, o outro time está com vontade de construir um estádio, procura parceiros, porém atualmente não tem nada de concreto, além de possuir um estádio obsoleto, porém em ótima localização.

O que foi proposto que o segundo time, o Coritiba, vendesse esse tereno, na certa vale mais do que R$ 100 milhões, e utilizasse esse dinheiro para reformar e ampliar a Baixada para atender a Copa de 2014 e os jogos dos dois times.

Os benefícios dessa união seriam que ambos os times não ficariam excessivamente endividados, haveria uma maior utilização do estádio. O estádio viraria realmente um ponto turístico da cidade, shopping e eventos teriam maior aceitação.

Resposta das torcidas em príncipio foram negativas. Falam na paixão. Nas histórias construídas.

Ora. O Arsenal pôs abaixo o Highbury para construir o Emirates Stadium em outro local. O Bayern Munich fez o mesmo. Times com muita, mas muita mais história do que os times paranaenses.

Petraglia é visionário mesmo. Vê antes de muita gente que o futebol brasileiro, como está se organizando, vai ter no futuro cada vez mais distância entre os clubes. Eles vão decidir o próprio futuro, se serão Juventus de Turim ou Torino.

O que acham?

sábado, 31 de janeiro de 2009

Sou totalmente contra


Está praticamente definido. O quarto time da capital se chamará Sport Club Corinthians Paranaense.

Detalhes no link: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=852539&tit=Corinthians-Paranaense-sera-obrigado-a-usar-a-bandeira-de-Sao-Paulo

A idéia surgiu depois da divulgação de uma ampla pesquisa em que o clube paulista aparece na frente dos clubes paranaenses, em número de torcedores.

O novo clube será obrigado a utilizar a bandeira de São Paulo no escudo. Ai vem a pergunta. Porque um time paranaense terá como símbolo a bandeira de outro estado?

A origem é histórica. O Paraná foi intensamente colonizado por paulistas e por gaúchos no passado. Eles trouxeram as suas tradições para o estado. Trouxeram também a sua força de trabalho. Como eles foram benéficos em alguns pontos, em outros pontos o nosso estado tem um problema de definição de cultura.

Há uma clara divisão da capital para o interior, que só contribui para essa cultura fraca que nosso estado tem. Como o futebol é cultural, ele também sofre essa influência.

Agora utilizar disso para formar um time, me parece mais uma tentativa desesperada de Joel Malluceli, de transformar o time de sua família em alguma coisa representativa em nosso futebol.

Se vai dar certo ou errado, é difícil saber, porém isso arranha ainda mais a imagem de nosso futebol. Por que o Barueri não vira Bahia Esporte Clube? Certamente teria mais torcedores que o time atual.

Mas isso é uma oportunidade para os verdadeiros times paranaenses renascerem. Londrina, Cascavel, Grêmio Maringá, são cidades grandes com uma economia respeitável, precisam de times mais fortes. O trio de ferro, utilizando toda a força econômica, precisa expandir os seus horizontes, principalmente para o interior.

A transmissão do campeonato parananense, e os jogos dos times parananenses no campeonato brasileiro, também darão força e exposição aos nossos times.

Só para exemplo. A 1a. partida da final da Copa Libertadores, entre Fluminense e LDU, não foi transmitida para São Paulo, ao invés disso passou o grande jogo Corinthians e Bragantino pela série B para São Paulo. A 1a. partida entre Internacional e Estudiantes na final da Sulamericana, também não foi transmitida. Passou um filme no lugar. Temos que forçar os moradores do estado do Paraná, a ver os nossos times. Quem quer ver time de outro estado, que pague o pay-per-view, como somos obrigados aqui em São Paulo.

Abraço.